segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Porque escolhi Engenharia de Energias Renováveis


  Analisando o panorama mundial das energias renováveis, comecei a perceber o quanto, ao longo dos últimos 30 anos, o setor vem evoluindo e o quanto vem sendo investido.

    Meu primeiro contato com a realidade das energias renováveis aconteceu ano passado no III Congresso Brasileiro de Energia Solar que aconteceu em Belém, Pará.

      Além de ter conhecido diversas pessoas quem vêm pesquisando na área de energia solar, eólica e de biocombustíveis, ainda pude aprender bastante sobre novas tecnologias que vêm sendo desenvolvidas, no país e no resto do mundo.

      Outro ponto que me chamou a atenção no congresso, foi a presença de representantes do Ministério de Minas e Energia que falaram bastante sobre a atual postura brasileira e o que o governo vem estudando e como vem trabalhando para que as outras formas renováveis de geração de energia elétrica, além da hidroelétrica que representa a maior porcentagem matriz energética brasileira, sejam incentivadas em todo o território nacional. E, foram mostradas perspectivas positivas e que já vêm apresentando resultados.

     A prova de que o setor vem se destacando no Brasil, foi o último leilão de energia A-3 realizado em agosto de 2011 que vendeu 1.068 MW de energia eólica e a recente inauguração da 1ª Usina Solar Fotovoltaica do país.

     Mas o destaque das energias renováveis não é só no Brasil, pois apesar de apresentar um potencial gigantesco e invejável, nosso país ainda está muito atrelado a sua principal matriz energética.

     No mundo inteiro, empresas, governos e sociedade têm percebido o quanto as fontes "limpas" podem trazer de benefícios. Não só em preservação do meio ambiente, mas em lucros e desenvolvimento tecnológico.

      Na Alemanha, o incentivo às energias renováveis é tão grande que só para ter uma idéia, existem cidades onde as casas são obrigadas a possuir telhados cobertos por painéis solares. Na Dinamarca, 1 a cada 3 empregos está ligado a energia eólica. A China possuem 42,3 GW de potência eólica instalada. Os Estados Unidos investem bilhões de dólares por ano em energias renováveis. Os Emirados Árabes investem pesado na utilização de energias renováveis em suas obras arquitetônicas. A Índia é um dos maiores produtores de biocombustíveis do mundo. E, assim vai acontecendo no mundo inteiro um boom de energias renováveis, que gera empregos, tecnologia, lucros e o principal, sustentabilidade.

      Isso não só impressiona como cria um otimismo pra quem já atua no setor e para quem deseja atuar. Todavia, ainda existem alguns entraves que acabam criando pontos que a meu ver, são contornáveis, mas que para algumas pessoas podem gerar problemas.

    Trata-se do caráter intermitente das energias renováveis, como a solar e a eólica, do desenvolvimento tecnológico, que para algumas pessoas, ainda não atingiu um ponto suficientemente bom para se firmar como principais matrizes energéticas do mundo; e das questões politicas envolvidas.

     Quando eu falo que são problemas contornáveis, não estou sendo condescendente. Uma das alternativas já utilizadas para "driblar" as condições que diminuiriam a produção de energia elétrica, é utilizar sistemas híbridos, ou seja, aqueles que trabalham com mais de uma fonte de geração, como é o caso de alguns que utilizam painéis fotovoltaicos, aerogeradores e bancos de baterias.

      Quanto ao desenvolvimento tecnológico, isso cada vez mais tem sido mostrado em todos os cantos do planeta que os esforços para haja tecnologia hábil a atender às expectativas do mercado que vêm crescendo. A quantidade de universidades e de empresas que trabalham em busca de novas tecnologias e de melhorar as que já existem é enorme, o que mostra que o mundo realmente não está enxergando simplesmente uma pequena forma de poluir menos e gerar pequenos lucros com energias renováveis, e sim investindo muito em um setor que tem crescido.

       Já em relação às políticas envolvidas, tem-se que analisar cada caso cuidadosamente. Cada Estado possui uma legislação diferente e todo país já tem sua principal matriz energética definida e instalada. Apesar das inúmeras vantagens que as energias renováveis trazem, é preciso a análise de uma série de pontos que partem desde viabilidade econômica à distribuição da energia.

       A exemplo do Brasil, que apesar de apresentar um potencial de utilização das fontes alternativas de energia, ainda está muito atrelado à energia hidráulica. Alguns países apostam em geração particular, ou seja, uma casa gerando a própria ou parte da energia consumida. Mas este tipo de geração requer, por exemplo, saber como será tarifada a energia que possa ser jogada na rede e como o produtor será compensado por isso.

      É certo que nosso país possui uma burocracia que frente ao que já se vê na Alemanha, por exemplo, este processo de regulamentação para que a população possa gerar sua própria energia e possa distribuir o excedente na rede, vai levar um tempo maior do que aconteceria em países cujos processos não envolvem tanta política e visam mais o desenvolvimento enriquecimento da população.

      O Brasil tem mudado muito nos últimos 15 anos e o povo brasileiro não tem aceitado mais com tanto silêncio estarmos sempre aguentando piadas como: "O Brasil é o país do futuro, e sempre será!". E, tanto a cobrança por melhores soluções como o reconhecimento de que temos potencial para crescer utilizando fontes alternativas de geração de energia elétrica e ainda a pressão do mercado que vê no setor uma oportunidade de criar empregos e gerar bons lucros, o governo brasileiro vem se mostrando mais atento. A prova disso é a recente declaração da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que se referia ao interesse do governo em incentivar o sistema de Net Metering no país.

     Assim, juntando tudo o que tenho visto de inovação tecnológica, de incentivo financeiro, de investimentos altos em implantação de fontes renováveis de geração de energia e o quanto o setor tende a crescer e a trazer empregos e desenvolvimento sustentável ao mundo inteiro, percebi que fazer uma engenharia, que por si só já amplia o leque de atuação do profissional, e ainda uma que vai me habilitar para atuar num setor com perspectivas tão otimistas, vejo que não só terei ótimas oportunidades de emprego como poderei ajudar no desenvolvimento dessas tecnologias, trazendo o retorno financeiro que todos desejam e a sustentabilidade que o mundo precisa.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Um olhar rápido sobre o panorama eólico mundial

Segundo dados da Associação Mundial de Energia Eólica - WWEA (http://www.wwindea.org/) a potência mundial instalada de Energia Eólica atingiu 196,6 GW, sendo que 37,6 GW foram instalados ano passado. A produção pode chegar a 430 TWh, o que equivale a cerca de 2,5% do consumo de energia elétrica no mundo.

O setor eólico tem movimentado bilhões de euros e em 2010 empregou mais de 600 mil pessoas. Ano passado só os chineses instalaram 16,5 GW, totalizando 42 GW instalados na China – detalhe é que isso equivale a mais de 21% da potência mundial instalada. “Mania de grandeza têm esses chineses hein? Sou fã deles. Se é para fazer... vai lá, faz e pronto!! Por que instalar pouco se eu tenho potencial eólico e dinheiro suficiente para atingir 200 GW em produção até 2020?”

Outra parte do mundo que tem investido pesadíssimo no setor é a Europa. A região ainda representa a maior capacidade instalada, um total de 86 GW, segundo dados da WWEA. E embora no ano passado o continente tenha estagnado um pouco, metas ambiciosas têm sido traçadas em diversos países como Alemanha que pretende produzir de 20 a 25% de energia elétrica a partir dos ventos até 2020 e a Espanha, que espera instalar 38GW dentro do mesmo período.

O lider mundial em energia eolica offshore (no mar) ainda é o Reino Unido que fixou para 2020, 15 GW em terra e 13 GW no mar.

 “É muita energia! Fantástico!!”

E por falar em liderança, não posso esquecer de falar que as indútrias de turbinas eólicas que dominam o mercado mundial são dinamarquesas, alemãs e espalholas, muito embora, a Ásia com países como China, Índia, Coréia e Japão já estejam aumentando suas cotas nos mercados internos e externos. “Concorrência é um boa coisa gente.”

Na Améria Latina, o crescimento foi 467 MW de capacidade, sendo que destes, 320 MW foram implantados pela nossa “pátria amada, Brasil”, que creseu 77% em 2010 e atingiu no dia 23 de maio de 2011 a potência de  1 GW em parques eólicos em operação comercial, segundo o Jornal da Energia.

Embora ainda seja uma porcentagem pequena, este primeiro gigawatt eólico atingido pelo país deve estimular os investimentos no setor em território nacional. A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) espera que a geração eólica represente 5,2 GW na matriz energética brasileira até 2013. “Particularmente eu duvido que em dois anos isso se torne verdade, embora é claro, a expectativa da associação seja baseada nos resultados dos leiloes de 2009 e 2010, mas enfim, o jeito é esperar e torcer para que aconteça mesmo..2013 eu já estarei mais avançada no meu curso...quem sabe sobra um ‘estagiozinho’ pra mim no meio desses gigas ;)”

O fato é que milhares de megawatts estão inscritos para os leilões de energia A-3 e de reserva. Agora é esperar questões políticas não sejam “a pedra no meio do caminho” destes epreendimentos.

Os investimentos no setor têm feito com que o Brasil esteja na mira de multinacionais. Segundo a ABEEólica, ao menos sete grandes empresas já anunciaram investimentos no Brasil.

“Mas nem tudo são flores”, um dos maiores problemas da energia eólica é sua confiabilidade, já que os aerogeradores dependem diretamente da intensidade do vento e por isso, estão sujeitos às variações climáticas. Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica, houve anos em que menos de 80% da energia prometida no leilões foram entregues. Embora eu concorde com a opnião do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, que questionou o fato defendendo que a produção média das 26 usinas que operam há ao menos um ano, superaram o volume previsto no contratos de licitação e além disso, falou que no Brasil, a energia eólica complementa a hidráulica, pois os ventos são mais fortes no períodos mais secos.

“Trocando em miúdos” o resumo de tudo é que Energia Eólica apesar de ainda representar  uma fatia pequena do “bolo” de energia mundial e de trazer consigo alguns problemas que ao meu ver são pequenos diante da imensidão de benefícios que ela possui, tem recebido uma atenção estimulante, especialmente para estudantes que assim como eu, interessam-se pelo setor e é claro para os investidores que têm tido lucros que os fazem querer cada vez mais estar evolvidos no desenvolvimento e implantação dessa forma renovável de contribuição à matriz energética mundial.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Primeira usina solar de geração de energia em escala comercial do Brasil

        Frente aos problemas ocasionados pelo consumo de combustíveis fósseis: falta de disponibilidade deles em alguns países, dependência energética, pressão econômica causada pela submissão às importações e ainda os efeitos ambientais ocasionados pelo uso deles; há anos pesquisas vêm sendo desenvolvidas para tornar possível utilizar os recursos naturais renováveis que o planeta tem a oferecer.

    A Terra recebe cerca de 2000 kWh/m² de radiação solar por ano nas regiões próximas à Linha do Equador. E, ainda que esteja afastado da Linha, como no norte da Europa e estando no período do inverno, a radiação solar ainda é suficiente para suprir às necessidades básicas, como esquentar a água das casas.

   Essa radiação, todavia, não oferece apenas a possibilidade de captação de calor (Energia Solar Térmica) e a geração de energia elétrica (Energia Solar Fotovoltáica), ela possibilita que no planeta apareçam outras energias renováveis, como a Eólica que surge a partir das diferenças de radiação solar no planeta, a Maremotriz ocasionada, também, pelos ventos, e a Bioenergia que utiliza o princípio básico da fotossíntese para produzir energia.
Assim, por ser precursora de tantas outras, decidi que minha primeira publicação no blog seria sobre Energia Solar.

    Bem, como brasileira, nordestina e orgulhosamente, cearense, não poderia deixar de falar sobre o maravilhoso empreendimento que está entrando em fase de teste e que será inaugurado próximo mês em meu estado. Lembrando aos que possam vir a perguntar que eu não trabalho para nenhuma empresa. Sou Estudante. Não ganho um tostão sequer para fazer propaganda, portanto, a única razão para eu mencionar a empresa e o empreendimento é que devemos dar “à César o que é de César”.

    O artigo é de um site que eu gosto muito de acompanhar o Jornal da Energia http://www.jornaldaenergia.com.br/

   Achei maravilhoso, além de gerar uma energia completamente renovável, ainda vai possibilitar a criação de inúmeros empregos no estudo e os estímulos às pesquisas no ramo. A Universidade Federal do Ceará, onde aliás eu estudo, e a Universidade Estadual do Ceará têm se mostrado empolgadíssimas com a valorização que investimentos em energias renoveis têm trazido.

    Além dos laboratórios e de diversos estudantes de pós-graduação, ainda há aqueles que, como eu, se empolgam ainda na graduação para estudar nesse campo.
O Ceará tem um potencial solar invejável e um potencial eólico que o coloca que uma posição extremamente favorável para os investimentos nessas formas de geração de energia elétrica.

MPX inicia operação em testes da primeira usina solar fotovoltaica do País

A MPX, emprewww.jornaldaenergia.com.brsa de energia do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, conectou ao Sistema Interligado Nacional (SIN) a primeira usina solar de geração de energia em escala comercial do Brasil, a MPX Tauá. O empreendimento entrou em testes e tem a inauguração marcada para 3 de junho. Localizada no município de mesmo nome, no sertão do Ceará, a usina tem capacidade instalada inicial de 1MW, o suficiente para abastecer 1,5 mil famílias. A planta fotovoltaica recebeu investimentos totais de cerca de R$10 milhões, sendo que US$700 mil foram financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
“Estamos orgulhosos do sucesso obtido com essa iniciativa e queremos contribuir com a expansão da geração solar no Brasil e o desenvolvimento da tecnologia para a diversificação da matriz energética. O potencial de abastecimento complementar com energia solar é grande no país”, comemora Marcus Temke, diretor de implantação e operação da MPX. O executivo destaca que a planta é a primeira fora de laboratórios e conectada à rede elétrica, uma vez que as iniciativas anteriores eram levadas a cabo por universidades ou em programas de eletrificação nos sistemas isolados.
O planejamento da MPX para a expansão da geração solar está adiantado. A empresa já possui autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e licença da Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace) para aumentar a capacidade da usina para até 5MW. O projeto final concebido pela empresa para a planta de Tauá chega a 50MW. Quando essa potência for atingida, 77,4 milhões de kWh serão injetados na rede elétrica brasileira anualmente.
Hoje, a usina ocupa uma área de 12 mil metros quadrados e conta com 4.680 painéis fotovoltaicos, que absorvem a luz do sol para transformação em energia elétrica. Distante cerca de 360 quilômetros de Fortaleza, capital do Ceará, a MPX Tauá está conectada ao Sistema Interligado Nacional através de subestação da distribuidora Coelce, a partir de uma linha de 13,8 kV e 12 quilômetros de extensão.
A MPX também já firmou parceria com a Universidade Estadual do Ceará (UECE) para o monitoramento e análise dos dados obtidos na operação, o que orientará a expansão do empreendimento. Dados emitidos pela estação meteorológica da usina serão transferidos, em tempo real, para os computadores da universidade, e estudantes serão capacitados na área de energia solar.
Os painéis da usina foram fabricados pela empresa japonesa Kyocera, com experiência de mais de 30 anos no setor. Segundo a MPX, a cidade de Tauá foi escolhida por seus ótimos índices de radiação solar ao longo de todo o ano e por se destacar em infraestrutura. A companhia também destaca que, durante a construção da usina solar, metade dos trabalhadores foram recrutados na própria cidade.

Bem, por hora é isso.
Espero publicar mais em breve!